Não conhecemos a casa, nem os donos. A festa decorre lá em baixo e música já parece longínqua. Na verdade, não nos conhecemos. Além do tempo que durou o flirt, que agora nos faz procurar um esconderijo no meio da multidão. Nenhum de nós pertence verdadeiramente a esta festa, somos intrusos.
O escritório, muito clássico, chamou-nos a atenção pelo robusto sofá preto de onde pende uma manta de pêlo branco. Olhas-me e conduzes-me com a tua mão quente nas minhas costas nuas.
Despes-me calmamente, conhecendo o meu corpo com o teu toque. Não existem palavras, nem pressa. Fazes-me deitar no sofá e sentas-te na mesa, observando-me. O meu corpo começa a demonstrar a minha crescente excitação, mas o jogo de sedução continua. Sinto o teu olhar aquecer a minha pele. Sei que o meu corpo moreno e os meus cabelos negros contrastam com a brancura da manta, e vejo que gostas do quadro real que proporciono. Os meus movimentos são suaves mas intensos, cuidadosamente planeados para que as minhas curvas projectem o meu desejo. O fogo do meu olhar penetra-te, pede para que te dispas e chama-te em silêncio. Tu vens…seguro da loucura que trespassa os nossos corpos e apenas se revela nos olhares. A tua presença imana um poder incontrolável sobre mim. Os teus dedos firmes percorrem o meu ombro, o meu peito, o meu ventre, posicionando o meu corpo sob o teu. Imobilizas-te sobre mim e delicias-te com a minha espera. A minha respiração atraiçoa-me… Mordo o lábio. Tu sorris. Aproximas-te… Os teus lábios entreabrem-se para acolher o meu… e és tu que me mordes… Suavemente… No preciso instante em que te sinto penetrar em mim. Oferecendo-me um momento de uma intensidade única…