domingo, fevereiro 12, 2006

“- Teremos um fulano que viu, gostou, pôs a mão e não fugiu sem dormir ou antes do pequeno-almoço. Agora vai acordar para a realidade. Se não adormecer no emprego, depende do que exigiste do desgraçado!
Sempre lhe invejei o riso, jorra seraficamente obsceno.
- Ora, mãe…
- Já percebi, não pregaram olho. Bom, o rapazinho dissipa o nevoeiro da cabeça à base de café ou aspirinas. Vai rever a matéria dada e ter dúvidas sobre e te seduziu ou foi vítima de mulher experiente. Quanto ao sexo, balança entre a química instantânea ou longa aprendizagem tua com numerosos namorados. No meio dessa confusão machista o telefone soa e tu exibes enorme e fingido à-vontade. Minha querida, vai por mim: ainda o assustas e ele desaparece em busca de uma mulher menos castradora. Não telefones. Se é sacana, deixá-lo ir; se não, precisa digerir o que aconteceu.
A resposta não me agrada, resmungo uma alternativa.
- E por que não há-de ser um homem inteligente e sensível que percebeu tudo?
Ela sorri, compadecida.
- Ah, uma Avis rara! Talvez. Nesse caso convida-te para jantar logo à noite. Mas é melhor esperares um homem normal. Que com a tua discreta orientação fará espontaneamente o que desejas. Dá-lhe tempo.”
(retirado de "Estes Difíceis Amores", de Júlio Machado Vaz)

1 Comentários:

Blogger Paixão disse...

fodinhas
Se reparares bem, a fase pensativa não ocorreu durante o sexo...
Aliás, se este for bem feito, não há muita concentração para grandes divagações filosóficas, pois não?
beijoca

3:58 da tarde  

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